A Reforma Tributária aprovada no Brasil pela Lei Complementar nº 214/2025 representa a maior mudança no sistema de arrecadação das últimas décadas. Seu objetivo central é simplificar a cobrança de impostos, tornando o processo mais transparente e eficiente. No entanto, para os empreendedores, especialmente aqueles enquadrados no Simples Nacional, é fundamental compreender como essas alterações podem afetar suas operações e finanças.
Principais mudanças
Para empresas do Simples Nacional, a grande vantagem é a manutenção do regime unificado de recolhimento. Isso significa que micro e pequenas empresas continuarão pagando seus tributos em uma única guia, simplificando o processo burocrático. Porém, será necessário maior atenção à forma de cálculo, já que a nova estrutura de impostos — que inclui o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) — trará impactos indiretos nos preços, no repasse de custos e na apuração de créditos.
Impactos indiretos
Mesmo que o Simples Nacional continue existindo, as empresas que compram insumos ou serviços de fornecedores fora desse regime podem sentir mudanças nos preços e na cadeia de suprimentos. Com o novo sistema de tributação no destino, empresas em estados diferentes podem ter variações na carga tributária, afetando negociações e margens de lucro.
Adaptação e planejamento
Empresários devem se preparar para revisar contratos, avaliar fornecedores e replanejar estratégias de precificação. Além disso, será essencial acompanhar de perto as regulamentações complementares, já que muitos detalhes da aplicação prática da reforma serão definidos ao longo dos próximos anos.
Conclusão
A Reforma Tributária representa um passo importante para modernizar o sistema tributário brasileiro, tornando-o mais simples e previsível. No entanto, para empresas do Simples Nacional, isso não significa ausência de impactos. Embora o regime unificado seja mantido, haverá reflexos indiretos que podem afetar a competitividade, a formação de preços e o fluxo de caixa.
Por isso, o planejamento tributário e a gestão financeira passam a ter papel ainda mais estratégico. Contar com o apoio de um contador especializado e manter-se atualizado sobre as mudanças será fundamental para garantir que a empresa continue crescendo de forma sustentável. Ao antecipar cenários e se adaptar rapidamente, o empreendedor poderá transformar possíveis desafios da reforma em oportunidades para ampliar seu mercado e fortalecer seu posicionamento.
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Sobre o Autor
Josimar Lima é Contador Tributarista, Auditor Independente, Empresário Contábil, Especialista em planejamento tributário, com experiência em contabilidade aplicada a Micro e Pequenas Empresas. Fundador da JSL Consult Contabilidade, atua assessorando empresas de diversos segmentos, oferecendo soluções estratégicas para gestão e compliance contábil.
Referências Bibliográficas
- BRASIL. Lei Complementar nº 214, de 2025. Dispõe sobre a Reforma Tributária e altera dispositivos referentes ao Simples Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 2025.
- BRASIL. Lei Complementar nº 123, de 2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, que estabelece o Simples Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 2006.